quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Treino é treino, jogo é jogo



     Quarta-feira, 7 de setembro, feriado nacional. Coincidência ou não, é dia de iniciar nova planilha e, geralmente, se começa com uma musculação. Mas a academia estaria fechada, ou seja, não teria o que fazer. Estaria eu de folga? Será? Já estava até eufórico com a idéia.

     Descobri, em plena terça-feira, que teria uma corrida em Barão (Volta da Independência) de apenas 7 km e com largada na esquina de casa. Tive a brilhante idéia de sugerir ao Marcinho corrê-la apenas pra soltar a musculatura, sem compromisso. Como não estava inscrito, não ficaria na pilha de fazer tempo ou coisas do gênero. Mas para uma mente em constante trabalho, basta uma fagulha para se gerar um incêndio. Ele me sugeriu trocar os dias e fazer o treino de quinta na quarta. Acabava de ganhar uma hora de pedal antes da corrida!

     Acordei cedo, fiz um café, me troquei e fui pro rolo. Já havia deixado tudo preparado, tanto para a bike quanto para corrida. A idéia era simples: três sessões de 10 minutos em uma cadência mais alta por 3 minutos de descanso. Começando um pouco antes das 8 horas, acabaria a tempo de fazer minha transição e largar junto com os outros corredores.

     Enquanto fazia o pedal, podia ouvir o locutor tentando motivar a galera, puxando alongamento, enfim, me atualizando de quão distante da largada estávamos. Faltando 5 minutos para às 9 horas, encerrei o pedal, me troquei e fui para a praça. a planejamento para corrida era manter um pace de 5'10" por quilômetro. Tranquilo! Rumo à prova.

     Ao chegar para a largada, percebi que ainda estavam fazendo o alongamento coletivo, acertando os últimos detalhes antes da largada. Como a proposta para o dia era sair para correr imediatamente após o pedal, permaneci correndo pela praça até a hora certa. E ela veio. Menos de 5 minutos e a contagem regressiva começou. Cadenciei para chegar ao pórtico de largada já com condições de sair para a prova, sem ter que parar. Deu certo, estava valendo!

     Primeiro quilômetro, meio tumultuado, muita gente para desviar, tentando encaixar um ritmo, esperando a primeira placa de marcação. Quilômetro 1: 40 segundos abaixo do tempo. Bom. A essa altura já tinha menos tráfego a minha frente e seria apenas questão de definir como correria. Fui.

     Segundo quilômetro com 1'17" a menos. No terceiro já beirava 2 minutos. Sabia que estava fora do planejado, mas me sentia bem e ia pagar pra ver até onde iria. No quinto quilômetro tinha mais de 4 minutos de vantagem e, conhecendo o percurso a partir dali, sabia que nã encontraria muitos desafios até o final da prova. Lancei uma desafio a mim mesmo: acabar os 7 km antes que meu relógio marcasse o tempo estimado para os 6 km. Queria tirar 5'10" do meu tempo de prova. Como fazer? Simples, mirando as nucas que estavam a minha frente.

     Escolhi o primeiro: um "canela fina" 200 metros a frente. Mais parecia uma gazela cansada, frágil, lutando contra o calor escaldante de Barão Geraldo. Não tive dúvidas, parti para o ataque. A essa altura já estava com um pace bem mais baixo do que havia planejado. tão mais baixo que era melhor nem calculá-lo. Primeiro alvo eliminado. Reta final. 700 metros para acabar. Preciso de mais um referencial. Foi então que vi uma corredora rodada aqui da Unicamp. Ela estava bem a frente, correndo bem e, como já estava fazendo força há muito tempo, seria complicado pegá-la. Ótimo! Seria do jeito mais difícil.

     Os últimos 400 metros eram contornando a praça. Tentando tirar a diferença entre nós, via que nos aproximávamos da linha de chegada. Nada pessoal, mas se tinha colocado que iria ultrapassá-la, só se saísse um maluco da torcida e me segurasse. Caso contrário, já era! A menos de 100 metros do fim, um pouco antes da última curva, passei forte, já ofegante, contornei e acabei a prova. Estava a 29 segundos da marca do sexto quilômetro. Pronto, havia cumprido conforme o (meu!!) planejado. O pace de 5'10" foi pro saco. Havia corrido para 4'18". Delícia!! Estava com saudades de correr abaixo dos 4'20'. Sei que havia fugido um pouco do combinado, mas nada como um bando de gente correndo a sua frente para motivar. Parece que estão todos ali te desafiando e a única coisa a fazer é tentar passá-los. Desculpe se não cumpri o que estava escrito na planilha, mas parto de uma premissa básica: treino é treino, jogo é jogo.

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