sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Como se fosse domingo


     Enfim sexta-feira! Último treino de natação da semana, geralmente feito em uma raia só para mim, com um volume considerável, mas fácil de levar por não ter tanta gente no horário. Tinha isso com fato, resultado de quase um ano frequentando a piscina no mesmo horário. Até hoje de manhã

     Logo que cheguei para treinar, às 7 horas da manhã, notei duas coisas estranhas: o Resende (responsável pela turma do triathlon) não estava presente e cinco raias estavam ocupadas (quando normalmente são apenas três). Senti que não seria tão simples treinar.

     Me preparei e fui. Dividi a raia com um conhecido parecia mais sensato do que pegar a raia vazia e esperar o acaso agir. Comecei a rodar, a raia vazia logo foi tomada por dua alunas (que mais conversaram do que treinaram ,diga-se de passagem) e agora estávamos em dois em cada coluna. Foi quando eu vi, em meio a uma respiração frontal, um corpo em movimento perto da borda da piscina. Tínhamos mais um membro do triathlon. E agora, onde ele cairia? Não deu tempo nem de concluir meu questionamento e ele já estava na minha raia. Salve Murphy! Eram apenas 7:20 hs e ele já dava o ar da graça.

     Feito o aquecimento, hora de começar o treino sério. Primeira parte: 12 X 75 metros, com 20 segundos de descanso. Tentava não trombar com ninguém, mas estava difícil. Primeiro, segundo, terceiro. Quando estava no quinto tiro, passando acima do tempo rpoposto e descansando mais que o necessário, pensei apenas no que estava por vir: 700 metros contínuos. Seria impossível fazê-los naquelas condições. Hora de abortar a sessão. Tentaria mais tarde.

     Negociei no trabalho meu horário de almoço, pois sabia que às 11 horas era tranquilo. Mais um fato que cairia por água abaixo no dia. Aochegar na piscina, juro, tinham quase 40 pessoas se aprontando para entrar. Seria algum tipo de pegadinha? Ficava claro que, de longe, seria mil vezes pior do que pela manhã. A impressão que tinha era a de estar entrando em uma piscina de ondas em pleno domingo de sol, em alguma cidade do cerrado, onde a temperatura beira os 40 graus. Tentaria, pela segunda vez, fazer o treino do dia.

     Chorei um pouquinho e consegui meia raia. Refiz o aquecimento da manhã e comecei a sessão de tiros. O calor era tanto, a sensação de estar desidratando era clara, a cada tiro o cansaço aumentava. Estava apenas no meio da sessão e o cansaço já batia. Tinha que acabar logo o treino, antes que ele acabasse comigo. Pulei os 200 metros de soltura e parti direto para os 700 metros contínuos. Eram apenas 14 piscinas e estaria acabado.

     Após 13 minutos e 21 segundos encerrava o que tinha de natação para hoje. Pela primeira vez tive o Sol, do primeiro ao último minuto dentro d'água, me acompanhando na borda da piscina. E, como um técnico rígido, deixou marcas de seu trabalho: ao sair da água, vi o quanto havia queimado. Estava (mais) preto, como se tivesse ficado esturricando durante toda a manhã. Cansado, queimado, mas com o treino feito. Hora de tomar um banho e retomar a rotina de funcionário público. Minhas horas de clube haviam acabado.

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