domingo, 20 de novembro de 2011

Vivência


     Pirassununga, 20 de novembro. Dia de realmente iniciar no triathlon. Até agora muuuuito treino, muuuita conversa, mas pouco prática. Na verdade nenhuma. Nunca havia feito uma prova de triathlon, muito menos simulados ou treinos que envolvesse as três modalidades. Pra começar? De cara um meio Iron (conhecido como Long Distance). Metragem? 1900 metros nadando, 90 km de pedal e uma meia maratona para fechar a conta. Lá fomos nós.

     Chegamos no local da prova muito cedo. 6:30 de uma manhã fria, responsável por uma névoa sobre a lagoa onde seri realizada a prova de natação. Logo cedo e esse tipo de problema? Ninguém merece... Hora de arrumar a bike e montar o equipamento na área de transição.

     Com a largada às 8 horas, o Sol fez a sua parte e, para sorte de muitos, aqueceu o dia e desapareceu com qualquer sensação de frio. Tornou a lagoa, até então com um semblante nada convidativo, o desejo dos mais de 600 participantes do evento. Todos à postos, toucas e óculos ajeitados, nos jogamos na água e, como gladiadores, tapas e pernadas foram trocadas em busca da conquista de um espaço dentro d'água. Duas voltas de 950 metros sem problemas. Na verdade se revelaram, futuramente, a melhor parte da prova.

      Saída em corrida da água, meio que tentando se acostumar com a nova posição do corpo, em direção às bikes, um batalhão se deslocava pelo trajeto demarcado no chão. Hora de gastar alguns minutos. Secar bem os pés, comer algo, carregar os bolsos com coisas sólidas, calçar sapatilha, colocar capacete e sair para o ciclismo. 

     Já perto das 9 horas, o Sol estava com a corda toda. Parecia estar se divertindo com o evento e, curioso, resolveu se aproximar um pouco mais. Pronto, castigou a todos. O calor estava forte, mas suportável. Nada assustados. Então, antes dos 5 km de bike, alguém ligou uma turbina de vento. Era impossível pedalar sem fazer força. Profissionais, amadores, todos imploravam para desligarem aquele vento. Nada, ninguém ouviu. Conhecendo o percurso, restou-nos esperar a grande curva do retorno. Triste surpresa. Descobrimos que o vento  faz curva! Encabulados com tamanha traquinagem, continuamos com um pedal forte, duro, sob forte resistência do vento, tentando não perder o ritmo. Tínhamos uma meta: sub 3 horas. A primeira volta mostrou ser possível. Entre a vontade de dar pernada e a cautela, ultrapassando desde bike simples até bikes tops (sim, o motor está realmente funcionando!), fechamos as 4 voltas (com as transições) em 2:49 hs. Guardar a bike, calçar o tênis e sair para corrida.

     A essa altura o Sol já estava batendo palmas ao lado dos corredores. Sob um calor escaldante, ficou claro que fazer os 21 km, até então prova agradável de se correr, seria um jogo físico e mental. Praticamente um teste. Hora de ser colocado à prova.

     Eram duas voltas. Estratégia? Fazer a primeira com um pace suave, conhecer o percurso e, se ainda tivesse forças, puxar na segunda. Não foi preciso muitos dígitos na quilometragem para descobrir que acabar sem andar era o que restava como meta. Ritmo encaixado, passo a passo, num esforço descomunal, o corpo continuava em movimento.

     Meta de 1:40 horas na corrida? Cancelado! Tentar fazer sub 5 horas na prova? Muita prepotência! Era hora de abaixar a bola e respeitar a prova. Único pensamento presente: "é só a metade". E com dois copos para jogar na cabeça e um para hidratar, cumprimos os 21 km e o Long Distance de Pirassununga. Primeira prova de triathlon realizada, primeira porrada na cabeça. Mais uma lição!

     Ficou claro que estamos engatinhando rumo ao Ironman. Muito treino ainda está por vir. Nem tantas provas de triatlon, mas muita vivência deverá passar até maio. Agora é hora de dar uma recuperada e esperar que as cargas de treinos inflem como um baiacu e que corpo e mente seja pulverizados! Assim, quando o grande dia chegar não apresentará novidades. Será mais um treino duro. Estaremos preparados para tamanha carga. Estaremos prontos!

     Ah, o tempo da prova? Bem, a idéia inicial era fazer entre 5: 40 horas e 5:50 horas. Na sexta o Donga (campeão nacional na categoria do X-Terra em 2010) alertou para um possível 5:20 horas. Depois de muito perrengue e sem relógio para controlar o pace, finalizamos em 5:19 (sem correção). Um bom começo. Que venha o próximo desafio.

     

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