segunda-feira, 23 de maio de 2011

Túnel do tempo



     Não estava marcado na planilha, nem tinha caráter obrigatório. A participação na 27ª Prova Pedestre de Bebedouro era somente para prestigiar o evento, pois se trata de um evento comemorativo ao aniversário da cidade.

     Chegamos na cidade na sexta anoite. A prova ocorreria no sábado às 16 horas. Para logo pensa: " Quatro horas? Vai estar muuuito quente...". E não tem como não pensar, pois o lugar costuma fazer suar na sombra, como se estivesse mais próximo do Sol que as demais cidades por onde costuma-se passar.

     Mas não foi bem assim. O dia estava bonito, ensolarado, mas com uma clima agradável, o dia prometia surpresas!

     Fomos mais cedo buscar os números de peito, chip, enfim, nos preparar para a prova. Ao receber meu pacote (nada de kit!), percebi que o número era carimbado em cartolinas de cores diferentes, diferenciando assim as categorias presentes na prova. Nas costas do mesmo uma ficha de inscrição com os dados do corredor e, anexo a isso tudo, um papel menor, cópia da ficha. " O que fazer com isso?". Demorei um tempo para perceber, até que dei falta de algo: o chip. Aquele pequeno papel seria o juri da corida, a prova do crime, o que ordenaria os corredores que, conforme fossem chegando, em um último ato de esforço, fincariam-no em um pedaço de arame que, invertido, daria a classificação da prova.

     Para quem conhece um pouco da história das corridas, ao ouvir algo desse tipo, logo traz a tona as imagens de provas antigas, como as primeiras São Silvestres. onde os corredores chegavam debatendo-se, sobrepondos suas mãos em busca do fatídico arame, para assim conseguirem um lugar ao Sol. Nada de chip, aquela prova seria a oportunidade de reviver a história. Segurem seus números e que comece a corrida!

     Lá fomos nós. 8 mil metros?  Para um prova que, involuntariamente, nos remetia aos primórdios da modalidade, faltavam apenas grandes corredores. E eles estavam lá. Muitos corredores profissionais, sem holofotes sobre eles, mas sobreviventes da corrida e pela corrida. Estavam ali para tentar um pódium, uma premiação (elevada inclusive, no valor de 2000 reais para o priemiro colocado) e dariam tudo de si por esse objetivo. Estava formado o cenário perfeito.

     Corremos nossa prova com variação de ritmo, sem pressão, mas sabendo que as categorias idade e morador de Bebedouro poderiam render algo pra Natália (a cara metade!). Começamos bem, até forte demais, o que comprometeu o final. Já reclamando de muita dor, a prova parecia estar comprometida. Será que não seria dessa vez?

     A chegada estava próxima, muitos se aglomeravam, formando um corredor humano à espera dos corredores, e o tão esperado momento chegara. Fincamos nosso números no ali renomado arame. Estava lançada a sorte. Agora restáva-nos esperar a divulgação do resultado.

     E ele veio. Os campeos gerais exibiam tempos assustadores, virando os 8 km entre 25 e 26 minutos. O percurso nem era tão fácil assim. A prova tinha sido realemnte forte. Categoria 20-09 anos feminino: Natália em primeiro!! PARABÉNS!! Pódium, festa, fotos, hora de descer, segue a vida. "Peraí, tem mais um!". Primeiro lugar como atleta de Bebedouro. Aeeee, mais fotos.  "Agora chega, pode descer". Show de bola: tempo abaixo do previsto, dois troféus e 200 reais no bolso. É, para alguns está valendo a pena correr!

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