quinta-feira, 26 de maio de 2011

De volta à sopa.



Já estou envolvido com corrida de rua há mais de uma década, a bicicleta é meu meio de transporte, e grande companheira, desde meus 7 anos, mas toda a minha afinidade pelas duas modadlidades não era suficiente para encarar um triathlon. Em meio a uma palavra com três consoantes seguidas e ainda ter sentido, está implícito mais uma modalidade: a natação. Essa sim era, para mim, um obstáculo até pouco tempo intransponível.

Assumi o desafio de voltar às piscinas, encarar aqueles corredores d'água, separados entre si por barbantes cheios de bóias, flutuantes feito miçanga. 25 metros: pouco para alguns, uma infinidade para outros. Era assim que eu encarava a borda do lado de lá: alcançável mediante muito sofrimento. De 25 em 25 ia tentando fazeer um volume no mínimo digno de se falar em casa.

Mas o tempo vem passando, muitas manhãs, quentes e frias, foram dedicadas a isso: nadar. Dizem que a prática leva a perfeição. A mim não restava muito mais a não ser acreditar nisso. Não podia me prender à idéia de que era muito pesado pra natação, que não tinha biotipo, que não flutuava, enfim, frutos de todo um histórico de frustração hidratada. E a história da origem da vida? Onde estaria meu lado coacervado, oriundo de uma sopa de proteína, pronto para gerar as primeiras células. Ia descobrir nadando.

Resolvi dar uma reformulada em meu treino. Estava descontente, sentia faltar volume, precisa estar rodando acima de 2000 metros por treino, ao menos. Montei meu treino, variando entre 2300 e 2600 metros por dia, enquanto não começo a treinar o prof. Márcio. Treino pensado, hora de cair na água.

Com as idéias reformuladas, o ânimo muda e, com isso, se rende muito mais. Parti para o primeiro dia, 15 minutos atrasado, mas consegui fazer 2000 metros em 45 minutos. Muito bom, mas uma marca já conhecida. Porém hoje tinha algo novo: 2600 metros a serem cumpridos em uma hora. Será?

Sem choro, nem vela. Levantei cedo e fui pra água. Pernada pra lá, braçada pra cá, pouco descanso e, uma hora depois, estava fechando uma marca, até algumas semanas atrás, inalcansável ao meu ver. Nossa, acho que encontrara ali um atalho para regressar na história, buscar reforço na origem do homem junto ao primeiro ser , vindo das águas: répteis, anfíbios, peixes, até os coacervados, flutuantes e pronto para se desenvolverem. É, o meio aquático me pertence. Estou de volta à sopa.

Um comentário:

  1. Myrtila Costa de Ameida28 de maio de 2011 às 10:37

    oçê em todosThiago você sabe como superar dificuldades.Com a perseverança de sempre,a corangem pra admitir as falhas e a fé em seu poder superior que está com você em todos os momentos.Estou na torcida FORÇA!

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