segunda-feira, 13 de junho de 2011

Bárbaro



Fazia tempo que não sabia o que era correr com conforto. Desde 2007, quando comprei um Glide (Adidas), meu primeiro tênis realmente voltado para corrida, presente em guias especializados e tudo. Estava treinando bem, com bom volume, valia a pena investir em equipamento. E que equipamento... Fácil o melhor tênis que já tive na vida!

Mas o tempo passa pra todo mundo. Para um tênis de corrida então... Havia chegado a hora de buscar um substituto, outro que conseguisse manter o conforto durante treinos e provas. Não havia mas Glides no mercado, por isso teria que optar por outro modelo. Mudei a marca, pois achei um bom preço em um cotado modelo da época. Comprei. Testei. Me arrependi. Sentia como se estivesse correndo com dois tijolos amarrados nos pés. a Maratona do Rio estava próxima, tive que recorrer ao velho guerreiro. Sucesso, mais uma juntos.

Voltei para a Adidas, escolhi outro modelo e... nada de novo! Como anteriormente, o tênis parecia extremamente confortável ao calçá-lo, no conforto da loja, mas quando era pra valer, longão de domingo, não respondia. O desconforto era insuportável. Desisti de dois novos pares e mantive o já rodado Glide na ativa.

Lá se foram 4 anos de muuuuitos quilômetros rodados. O momento era crítico, não tinha como continuar correndo assim. Pequenas lesões surgiam oriundas da instabilidade causada pela debilitada estrutura do calçado. Era hora de tentar de novo. Qual seria o modelo da vez?

Seguindo o conselho do mestre Orival (professor da Unicamp e triatleta), decidi em apostar em uma marca recente por aqui: k-swiss. Eles haviam desenvolvido um modelo específico para triathlon, unindo em um mesmo tênis a leveza dos calçados de performance com o sistema de amortecimento dos modelos mais voltados para estabilidade. A toda essa teconologia deram o nome de Kona, referência ao distrito de Kona, Hawaii, onde acontece a etapa mundial do Ironman. Comprei! Agora era colocar no pé e rodar para ver o que realmente ele tinha de especial. Último longão antes da Maratona de SP, oportunidade única de colocar a nova aquisição na ativa.

Não precisei de muito pra começar a delirar. Há muito tempo não sentia tamanho prazer na corrida. Estávamos em sincronia, cada estímulo, cada passo, era bem interpretado e a resposta era imediata. Demais! Não conseguia parar de brincar com a pseudo  homofonia surgida em meio ao meu delírio. Para mim, renegando toda a inspiração da marca em homenagear o esporte com o modelo que, específico para o mesmo, remete-se ao Eldorado de todo atleta de Ironman, Conan parecia ser muito mais propício. Ali, rasgando asfalto, respondendo de forma agressiva, direta, como uma guerreiro, frio, com força física avantajada, reflexos e sentidos aguçados. Era inegável: esse tênis não tinha suas origens na Cimeria, mas era bárbaro!

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