Agora não tem mais volta. Sabe-se o destino final da aventura já no aeroporto. Grande parte dos que ali estão portam mochilas volumosas, com acessórios espalhados pelos bolsos, um capacete pendurado a tira colo e uma pele bronzeada, castigada pelos seguidos dias de treino sob o Sol. Sim, estamos indo para a Ilha da magia.
E a coisa é tão intensa que nem o voo para assustar. A cabeça está longe, o estar a 11600 metros de altura simplesmente iguala os outros mortais ao plano onde me encontro! Memórias do Iron passado e provisões para o que está por vir ocupam meu tempo, o desejo de viver tudo aquilo novamente pulsa bravamente e em meio a tantas emoções, ouço o comandante anunciando o pouso. Chegamos ao paraíso.
Desembarque tranquilo, bike em mãos, Dedé já está a espera (sim, Dedé - a fome do post "Os Cavaleiros do Apocalipse"). Ia hospedar toda a trupe que vinha para o Iron. Em seu Jipe azul metálico dava todo o ar para um território praiano. Morando na encosta de um morro, somos agraciados com uma vista sensacional. Toda a adrenalina que deveria envolver os dias que antecedem algo tão grandioso é anulada por uma paz e beleza; a ansiedade transforma-se em paz de espírito; relembro o por que de voltar ano a ano.
Mas nem tudo são flores e o preparação continua. Após fazer o treino de natação oferecido pela organização do evento, chega a hora de fazer um giro de bike para soltarmos as pernas e checar os últimos detalhes e possíveis problemas mecânicos. Uma hora de pedal, um ritmo aceitável para quem enfrentará 180 km daí a dois dias e, para finalizar paramos no Mirante apenas para desfrutar mais uma bela vista do local, regada a um expresso cremoso.
Fernando, Dedé e eu continuávamos a aproveitar o local, jogando conversa fora enquanto deixávamos que o corpo relaxasse ao máximo. Perambulávamos pela dúvida "partir ou não", resistindo em deixar tamanha beleza para trás, quando surge a nossa frente, simples e sorrateiramente, passando quase despercebido, um ícone do triathlon mundial, detentor de seis títulos mundiais, tirando fotos como um simples turista. Estávamos diante de "cara" Mark Allen. Todos atônicos. Um minuto de silêncio. Fernando puxa conversa, tietagem à parte, hora da foto.
Da mesma forma que surgiu, Mr Allen deixou-nos. Agora podíamos voltar pra casa. O treino estava encerrado. Aquele encontro massageou-nos. Estávamos ainda mais empolgados. Particularmente trazia boas lembranças do ano anterior e o jantar de massas ao lado de outro Deus do triathlon Ken Glah e algumas lições que levo para todo o sempre. Agora um aperto de mão, uma simples foto, mas um energia incrível entre todos ali. Se as coisas seguissem dessa forma, domingo prometia. Agora era esperar, descansar o máximo possível, permanecer com a cabeça no lugar e deixar que as coisas aconteçam naturalmente. Que assim seja.
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