A semana começou diferente. Novo quadro no Fantástico, denominado Planeta Extremo, que irá tratar de algumas visitas a lugares pouco convencionais. Nada melhor para estréia, em uma semana que prometia muuuuito frio e abordagens em qualquer planejamento de treino, do que um episódio gravado em um dos ambientes mais frios e inóspitos do planeta: a Antártica. Pra ajudar, enfiar o dedo na ferida mesmo, ainda apresentando a Maratona disputada naquele grande cubo de gelo.
O desafio era simples: enfrentar temperaturas que fariam as manhãs atuais de São Paulo parecerem de verão, ventos que não te deixam andar em linha reta, pisando em um branco irritantemente límpido, com um sol que, nessa época do ano, não dorme nunca, além claro de correr os 42 quilômetros da prova!
O Clayton (repórter da matéria), já conhecido por sempre estar envolvido em projetos fora do comum como surfar a Porororca, escalar o morro do Pão de Açúcar, era o interlocutor e iria fazer a Maratona. Mas estava acompanhado de em camarada chamado Bernardo Fonseca. O planejamento dele era fazer os 15 primeiros quilômetros da Maratona para se preparar para os 100 quilômetros que seriam disputados horas depois da primeira prova.
Pelo simples fato de estar se sentindo bem, decidiu continuar. Veio a frase que, com certeza, povoou muitos definições nas mídias virtuas, seguindo uma citação de Lance Armstrong (um mito do ciclismo mundial): "o sofrimento é passageiro, desistir é para sempre." Com um mantra desses, move-se montanhas. E ele moveu! Ganhou a Maratona (com recorde!), se prontificou para os 100 km e, mais uma vez, ganhou.
Passei a semana inteira revirando a tal frase, repassando as imagens da prova, mas ainda sim desistia. Não fui nadar terça e nem quinta, não pedalei segunda e nem quarta. do que adianta admirar ações, aprender algumas lições e não colocar em prática? Nada!
E ontem, já fechando meu dia, me deparo com um post no facebook do Bernardo, onde ele diz: "bom dia amigos! ótimo dia para treinar no rio! frio e chuva! assim que se fica forte!". O cara me deu o segundo soco em menos de uma semana! Chega, hora de reverter o jogo. Estava perdendo pra mim mesmo.
Logo cedo, termômetro marcando 8º, o rosto ardendo, lágrimas escorriam pelo rosto, quilos de roupa me aqueciam enquanto pedalava até o local do treino. Chegando lá, uma última avaliada na situação. "Está certo disso?". Tudo pronto, devidamente trajado, sem mais dúvidas. Me joguei de cabeça na piscina, senti meu corpo "trincar", parecia estar congelando. Distribui algumas braçadas, na esperança de estabilizar logo minha temperatura corporal. Treino iniciado, agora vamos até o fim. Assim que se fica forte!
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