domingo, 10 de julho de 2011

Duets

    
     Perfeito! Definidas assim pela maioria daqueles que são agraciados em conhecê-las, têm suas origens remetidas aos deuses. É incontestável o prazer que elas proporcionam, te deixam em transe, como se nada mais importasse à sua volta. é como se houvesse encontrado o pote de ouro no fim do arco-íris! Um feijão novinho, um belo naco de goiabada cascão, um riff mestre Eric Clapton em sua guitarra...Perfeito, não tem como ser melhor! Não mesmo?
     É quando tais elementos justificam sua divindade e te surpreendem ainda mais. Juntados a outros elementos, se tornam insuperáveis, inesquecíveis. Queijo com goiabada, feijão com arroz, Eric Clapton e BB King tocando juntos e, por que não, ciclismo e corrida.
     Treininho de sábado, manhã fria, 5º em Campinas, muita roupa de frio e bike na estrada. Difícil encarar o vento cortante logo cedo, em pleno sábado. "É assim que se fica forte". Não adianta pressa, tem que encaixar o ritmo e pedalar, cadência, ficar ali vendo os quilômetros aumentarem, um a um, esperando atingir a meta do dia. Qual a meta? 45 quilômetros.
     Uma volta atrás da outra, subidas, descidas, muuuito frio, mas o corpo encontra o ponto de equilíbrio e ali permanece. 5, 10, 20, 30, 40, 45 quilômetros depois, já com duas horas de pedal, e ainda agasalhado, hora de abandonar toda a parafernalha do ciclismo e partir pra segunda etapa: a corrida.
      Os primeiros passos foram os piores. É como se, ao invés de pés, tivesse cascos. Não sentia os dedos, nem suas articulações, como se estivesse tudo congelado do tornozelo pra baixo. Penso que, com o passar do tempo, talvez passe. Primeiro quilômetro, segundo, terceiro e nada. Ainda parecia correr em cima de pernas de pau. Só após o quinto quilômetro que paro de pensar em meus dedos (até agora não sei quando realmente voltaram ao normal!!!). Mas o tempo passa, o corpo a tanto estímulo, está endorfinado, quer mais, precisa de mais, não pode parar. O certo é que a corrida se prolonga por quilômetros até então fora dos planos de treino e, já travando um duelo entre o racional e o emocional, o treino de sábado chega ao fim, com a certeza de ter encontrado mais uma combinação para os grandes duetos da vida.

     

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